o ambiente competitivo de hoje, as empresas que falham em alinhar suas estratégias de experiência do cliente (CX) com as expectativas reais dos consumidores correm o risco não apenas de perder clientes, mas também a confiança e a lealdade que tanto esforço exigiram para construir. Um relatório recente da SurveyMonkey revela uma dissonância alarmante entre o que os clientes realmente desejam e o que muitas equipes de CX acreditam estar oferecendo. Este artigo busca aprofundar essa discussão, levantando questões críticas e desafiando as práticas atuais no universo do CX.
O equilíbrio delicado entre Exceder e ficar Aquém
É essencial reconhecer que nem sempre "mais é melhor". O relatório aponta uma tendência preocupante das equipes de CX em priorizar inovações e tecnologias talvez antes de terem assegurado o básico. Clientes expressam frustração com longos tempos de espera e respostas automatizadas que pouco resolvem, evidenciando um serviço que mira alto, mas falha no fundamental. A verdade inconveniente é clara: o esforço para "superar" expectativas muitas vezes falha em atender as mais básicas.
Personalização: Entre o Idealizado e o Realizado
A personalização é frequentemente vista como o Santo Graal do CX moderno. No entanto, o que as equipes de CX consideram personalização muitas vezes não ressoa com a experiência dos clientes. Quase metade dos consumidores sente que a personalização de suas experiências piorou, enquanto a maioria dos profissionais de CX acredita que estão oferecendo interações altamente personalizadas. Essa desconexão não apenas sublinha uma falha em compreender as expectativas do cliente, mas também levanta uma questão provocativa: estamos superestimando nossa habilidade em oferecer experiências verdadeiramente personalizadas?
A divisão sobre a Inteligência Artificial
O entusiasmo em torno da inteligência artificial (IA) é grande entre os profissionais de CX, mas o ceticismo dos clientes é palpável. Enquanto 52% dos profissionais louvam a IA por acelerar o serviço, apenas uma minoria dos clientes vê benefícios similares. Esta desconexão sugere uma possível resistência contra uma onda crescente de desumanização na experiência do cliente. O que isso nos diz sobre as direções que estamos tomando? Estamos caminhando para um futuro onde a eficiência tecnológica poderá suplantar o indispensável toque humano?
A Essencialidade do Feedback Humano
Apesar da disponibilidade de dados e feedback em tempo real, a prática de ouvir verdadeiramente os clientes parece estar se atrofiando. Com 84% das equipes de CX relatando facilidade em coletar feedback, por que ainda existe tal falha na entrega de experiências que ressoam com as necessidades e desejos dos clientes? Esta é uma chamada para uma reflexão profunda sobre como valorizamos e utilizamos as informações que coletamos.
Conclusão: Uma chamada para Reavaliação
Este artigo não pretende apenas criticar, mas sim provocar uma reavaliação urgente de como abordamos o CX. As empresas precisam se perguntar honestamente se suas iniciativas de experiência do cliente estão verdadeiramente alinhadas com as expectativas dos consumidores ou se estão simplesmente marcando pontos em uma lista de tarefas que parece inovadora no papel, mas é desconectada na prática. Como podemos fechar essas lacunas significativas entre as expectativas dos clientes e as estratégias de CX? A resposta começa com uma palavra simples, porém poderosa: ouvir.
Cada ponto de contato, cada feedback, cada interação oferece uma oportunidade para aprender, adaptar e verdadeiramente conectar. Ignorar essa oportunidade não é apenas um serviço ruim; é um negócio ruim. Desafio as equipes de CX a considerar este ponto de inflexão, não como um obstáculo, mas como um trampolim para a excelência genuína e autêntica na experiência do cliente.
Psicólogo (CRP 09/21628), especialista em Experiência do Cliente (CX) e do Colaborador (EX), fundador da Academia Brasileira do Cliente. Possui mais de 25 anos de experiência em atendimento, com ênfase nos últimos 13 anos na Educação Superior. É Diretor do Cliente na EBPÓS e CEO da ABC do Cliente. Formado em Administração pela PUC Goiás e em Psicologia, com MBA Executivo e especializações em Liderança, Inteligência em Negócios, Coaching e Ouvidoria. Já liderou projetos que impactaram mais de 50 mil clientes, com foco em estratégias humanizadas, culturas de cuidado e excelência operacional.
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